quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A PRIMAVERA DE NOVOS TEMPOS




Depois de um inverno quente e seco, de atividade intensa e fazendo campanha por todos os lugares, chega a primavera. Nesta reta final, o clima de mudança empolga a todos que gostam da democracia.

Democracia deve ser o governo feito pela vontade da maioria, respeitando a vontade das minorias e, tendo como fim, o bem comum. Nesse regime, a rotatividade periódica dos governantes faz com que o eleito seja mandatário do poder, e não seu dono. Na Democracia, o poder emana do povo e deve ser exercido para este.

As primaveras deste tempo têm revelado que a insatisfação popular proporciona mudanças, algumas violentas, conquistadas com muita luta e sangue. Aqui, nosso regime permite que façamos isso com o voto. Essa é a nossa arma, e usando-a, podemos mudar o rumo das coisas, de forma pacífica, participativa e com atitude. Valorizar o voto é valorizar a Democracia.

Que floresçam a esperança, a coragem e a determinação em nossos corações. Que esta primavera seja o marco de um novo tempo, com justiça social e oportunidades para todos, com mais dignidade e ética na política e mais respeito às pessoas, independente de cor, status social, idade ou religião.

Renovar, renascer, religar… Vamos acreditar que dá para ser melhor, é nessa expectativa que finalizaremos nossa campanha no dia 6 de outubro, acreditando que dia 7, sem medo, Jundiaí vai mudar e que estaremos lá, participando dessa mudança. Contamos com todos.

Abração.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Estamos em Campanha...

Campanha política é uma arte. Momento de exposição máxima, quando nos colocamos diante das pessoas abrindo a todos espaços pessoais e nos colocamos de forma íntima diante daqueles que se interessarem por nossas propostas.

Para ser público um homem deve estar disposto a permitir que todos saibam de sua vida, de suas particularidades, que conheçam a fundo seus pensamentos e sua forma de agir, estar próximo das pessoas e deixar que elas se aproximem. Estar pronto a agradecer o apoio e entender a rejeição.

Propor com fundamento, ouvir críticas e reavaliar... tem que ter conhecimento. Conhecimento científico, conhecimento religioso e conhecimento social, maturidade para entender as diferenças, e personalidade para absorver tudo isso sem perder a identidade.

Ítem dos mais importantes é a confiança. Fazer campanha é transmitir confiança, chegar às pessoas de forma consistente e causar mais do que uma boa impressão, é demonstrar coerência e capacidade. Apresentar o passado e apontar o caminho para o futuro mostrando segurança inclusive para enfrentar o imprevisto sabendo reprogramar rotas afim de alcançar os objetivos.

Estar em campanha é realizar um trabalho árduo e promissor que, assim como uma obra de arte, tem que ser entendida por todos, aceita por muitos e defendida pela maioria. Àqueles que acreditam neste trabalho, vale lembrar: Estamos em campanha!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Valeu a pena!


Publicação feita pelo Jornal de Jundiaí, no dia 15 de abril de 2010, sobre a conturbada sessão do Comdema


Sentimos como parte da vitória das 140 famílias da região do antigo Hospital Psiquiátrico, no Jardim Tamoio, que iniciaram a mudança para os apartamentos do Residencial Tupi, no mesmo bairro. Sim, pois em abril de 2010, numa sessão conturbada do Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), conseguimos aprovar a ressetorização da área da Baixada do Paraná, onde foi construído o conjunto habitacional para os moradores.

Na ocasião a aprovação causou um “racha” entre os conselheiros, pois, como de costume, o Executivo havia enviado o projeto há apenas 15 dias para ser analisado e sem muitos detalhamentos técnicos. Como era presidente do Conselho na época, entramos num acordo com a comissão para aprová-lo em caráter emergencial, pois nos sensibilizamos com a causa humanitária daquela comunidade.

Storari acompanha Bigardi em visita a entidades ambientais


Equipe da Mata Ciliar recebeu a comitiva do deputado Pedro Bigardi e Fábio Storari
Por: Mauro Utida


Candidatos estiveram na ONG COATI e Associação Mata Ciliar para ouvir os problemas e sugestões destas duas entidades que são referência no trabalho ambiental em Jundiaí

No Dia de Proteção às Florestas, 17 de julho, o candidato a vereador Fábio Storari (PT) acompanhou o candidato a prefeito Pedro Bigardi (PCdoB) em visitas a ONG COATI (Centro de Orientação Ambiental Terra Integrada) e Associação Mata Ciliar. Além de lembrar a data, o encontro também serviu para ouvir os problemas e sugestões destas duas entidades que são referência no trabalho ambiental em Jundiaí.

Na ONG COATI, os candidatos e o grupo de apoio, incluindo a ambientalista e professora Márcia Carneiro Leão, foram recebidos pelo diretor-financeiro da entidade, Flávio Gramolelli Júnior. O encontro foi importante para discutir o grupo de trabalho que se responsabilizará pelo tema de Meio Ambiente do Plano de Governo de Pedro Bigardi. Gramolelli coordenará o projeto, com o apoio de Storari e Márcia.


“É preciso implantar a Agenda 21 no município, pois há a necessidade em criar um sistema de mobilização da população para fomentar a educação ambiental de forma eficiente em Jundiaí”, informa Gramolelli.



Após conseguir duas emendas parlamentares para a Associação Mata Ciliar enquanto exerceu o mandato de deputado estadual, ajudando a viabilizar o veículo de resgate de animais silvestres, o candidato Pedro Bigardi foi recebido por toda equipe da Mata Ciliar, coordenada pela veterinária Cristina Harumi Adania.
Um dos problemas apontados por Cristina foi à falta de local para adequar os bichos, que segundo ela chegam numa média de 10 animais silvestres por dia, vítimas de maus tratos, incêndio e tráfico.

“Existe um diversidade e quantidade grande de animais silvestres que chegam aqui todos os dias. Temos que criar cada vez mais recintos para abrigá-los, mas esta não é nossa intenção, queremos manter uma quantidade menor para ter um atendimento de qualidade”, informa a veterinária.


Comemoração
Em agosto, a ONG COATI completa 20 anos de atuação, enquanto a Associação Mata Ciliar fará 25 anos.  


O Leão Jubá, que chegou recentemente, melhorou e está adaptado ao novo lar


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Respirando...




Respiração é o ato de inalar e exalar ar através da boca, das cavidades nasais ou pela pele para se processarem as trocas gasosas, aprender a respirar longa e profundamente garante ao ser humano a longevidade.

Me lembro de uma amiga que sempre dizia, vamos respirar. Se acontecia alguma coisa legal, a gente respirava a felicidade do momento, se acontecia alguma coisa ruim, a gente respirava pra se tranquilizar, e assim era, respirar... respirar... respirar.

Oxigênio, vamos oxigenar as células, o sangue, a mente. Novos ares, novas práticas, novas atitudes. Renovar é fundamental pra manter a vitalidade. Chega de mais do mesmo. O momento pede ousadia, pede renovação. Como ficamos felizes e excitados diante da conquista de algo novo... Um carro novo, uma roupa nova, um novo amor, um novo governo... escolher a novidade nos impulsiona, e aqui a palavra é motivação.

Chega de melancolia, é tempo de respirar, de acreditar, de sonhar. Bola pra frente que atrás vem gente, e gente nova, cheia de energia e com muita vontade e competência, tem que acreditar, tem que querer com vontade, como disse Raul, desejar profundo e ser capaz de mudar o mundo.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Na caminhada de Bigardi e Orlato, população clama por mudança em áreas estratégicas de Jundiaí


O deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB) e o vereador Durval Orlato (PT), candidatos a prefeito e vice-prefeito, respectivamente, tiveram uma recepção calorosa da população na primeira atividade da campanha deste ano. Nesta sexta-feira (6), data da largada eleitoral em todos os municípios brasileiros, Bigardi e Durval estiveram à tarde no Centro da cidade e ouviram da população (proveniente dos mais diferentes bairros) a vontade pela mudança na maneira de se administrar Jundiaí.

''Quando vai sair o hospital novo, porque o São Vicente não aguenta mais!'', ressaltou o aposentado Antônio Balbino dos Santos, 64 anos. ''Não dá para ficar mais nessa situação'', completou. Outro senhor também fez questão de cumprimentar Bigardi e oferecer apoio para a eleição. ''Jundiaí é boa, mas não investiram na Saúde. Tem que ter um prefeito raçudo para mudar isso e eu tenho certeza que é o senhor'', afirmou o idoso, arrancando aplausos dos militantes.

Uma senhora pediu que Bigardi e Durval olhem pelo transporte público e pela juventude de Jundiaí. ''Estamos perdendo nossas crianças para as drogas'', afirmou. Bigardi fez questão de destacar que o Plano de Governo apresentado pela coligação contempla estas e outras reivindicações da sociedade jundiaiense. ''O nosso Plano de Governo é arrojado e participativo, pois terá a contribuição popular. Vamos fazer reuniões nos bairros para ouvir as pessoas num grande debate por Jundiaí'', comentou Bigardi.

O candidato a vereador Fábio Storari (PT) participou do evento na região central e achou importante a ação. "Foi muito legal pela receptividade das pessoas. É mais uma prova que a caminha começa forte e a expectativa de vitória é uma realidade", afirma.

Caminhada
Acompanhados de aproximadamente 100 pessoas - entre candidatos a vereador dos cinco partidos coligados (PCdoB, PT, PSD, PSL e PPL) e militantes - Pedro Bigardi e Durval Orlato foram cumprimentados por comerciantes, trabalhadores e população em geral. Com camisetas brancas, todos demonstraram que o espírito para este pleito é de paz, tranquilidade e muito trabalho. ''Este clima de união é muito importante. Além disso, as pesquisas internas e sondagens mostram que estamos na frente (na intenção de votos do eleitor) e foi exatamente o que vimos hoje aqui no Centro'', lembrou Bigardi.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

PT discute o desenvolvimento sustentável para região de Jundiaí




Por Mauro Utida

O seminário “Os Desafios de Jundiaí e Região no Contexto da Rio+20” foi uma oportunidade única para o público conhecer as propostas que serão discutidas durante os dias da conferência internacional.

Enquanto os olhares do mundo se voltam novamente para o Rio de Janeiro, onde ocorre a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o núcleo verde do Partido dos Trabalhadores (PT) de Jundiaí organizou no dia 14 de junho o seminário “Os Desafios de Jundiaí e Região no Contexto da Rio+20”.

O evento realizado na Câmara de Jundiaí contou com um bom público e a palestra de ambientalistas da cidade, como Flávio Gramolelli da ONG COATI (Centro de Orientação Ambiental Terra Integrada), o deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB) e a doutora em Direito Internacional Márcia Carneiro Leão, além do organizar Fábio Storari, pré-candidato ao Legislativo pelo PT.

O seminário foi uma oportunidade única para o público conhecer as propostas que serão discutidas durante os dias da conferência internacional. O deputado Pedro Bigardi fez uma breve análise do tema da “governança” e de como gestores públicos podem superar a falta de estrutura nas administrações públicas para aplicar as leis ambientais, com eficiência e transparência.

“A falta de estrutura técnica nas administrações públicas para atender as questões ambientais proporciona uma lentidão maior na tramitação dos projetos. Também é preciso criar instrumentos de captação de recursos como alternativa para o baixo orçamento destinado as questões ambientais”, informa.

A palestra mais aguardada da noite foi da professora Márcia Carneiro Leão, que teve uma participação ativa há 20 anos na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio92, e neste evento voltou para atuar na “Cúpula dos Povos” e na “Conferência Oficial”.

Márcia mostrou uma panorama da situação da Terra nada otimista e afirmou que não há mais tempo para a sociedade mudar a consciência ambiental. Ela reclamou das propostas da Rio92 que não foram alcançadas nas últimas duas décadas. “Já se vão 20 anos da Eco92 e estamos, no geral, muito pior do que estávamos na ocasião. Diminuir desmatamentos significa que, ainda hoje, temos desmatamentos, quando deveríamos estar recompondo biomas para garantir o futuro. Além disso deveríamos ter diminuído a emissão dos gases de efeito estufa, porém aumentamos a emissão em mais de 40%”, salienta.

PT mais verde
Para o ambientalista Fabio Storari, que é pré-candidato ao Legislativo pelo PT, a legenda em Jundiaí mostrou que está preocupado com as causas ambientais da região organizando um seminário para discutir “Os desafios de Jundiaí e região no contexto da Rio+20”.

Os principais políticos do PT em Jundiaí acompanharam o debate, como os vereadores Marilena Negro e Durval Orlato, pré-candidato a vice-prefeito ao lado de Pedro Bigardi. Também esteve presente o presidente municipal do partido, Paulo Malerba e o prefeito de Várzea Paulista, Eduardo Tadeu Pereira.

“O desafio do século XXI é constituir um desenvolvimento sustentável”, declarou o prefeito varzino. O seminário também foi importante para desmistificar informações da Prefeitura de Jundiaí que usa o marketing ambiental para a promoção do governo tucano. Como as propagandas que divulgam que a Serra do Japi está mais protegida, quando se envolve com empreendedores imobiliários na revisão da lei 417/2004, responsável pelo sistema de gestão da Serra. “O Plano Diretor da Serra do Japi está sendo alterado como escopo de preservação para o de ocupação ordenada”, denuncia Storari.

terça-feira, 5 de junho de 2012

De Estocolmo a Rio + 20, a palavra chave é Permanência

Estocolmo 72, Rio 92 e Rio + 20. Grandes encontros de lideranças para debater Meio Ambiente. Há 40 anos foi dado um alerta, que vem se renovando a cada 20 anos. De lá pra cá muita coisa se falou, muita teoria de criou, porém as ações práticas estão ainda incipientes. Algumas coisas aqui ou ali, e o que temos visto realmente aumentar com relação às ações de meio ambiente é o marketing.

É tanta propaganda criando a ilusão de que estamos fazendo alguma coisa que as pessoas até acreditam. A palavra sustentabilidade virou obrigatória em qualquer panfleto que divulgue qualquer coisa, porém, estamos a quilômetros de distância de um meio de vida realmente sustentável para as características do nosso planeta.

Num tempo em que até a poluição virou mercadoria de troca, (se compensar ali pode poluir aqui) falar em sustentabilidade chega a ser sarcástico.  Mais um engodo a nos iludir, enquanto as geleiras derretem, as florestas são derrubadas e as onças atropeladas em auto-estrada.

Código Florestal flexibilizando desmatamentos, 417/04 aumentando os usos e ocupação da Serra do Japi, rios sem mata ciliar são canalizados em nome da urbanidade, poluição da atmosfera com gases de efeito estufa, produção de lixo em índices alarmantes, falta de água doce, alimento e drásticas mudanças climáticas causando grandes catástrofes.

Conceitualmente, “Meio Ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.”

O Dia do Meio Ambiente, não é uma data comemorativa, mas um grito de alerta, um grito que foi dado há 40 anos, mas que tem seu eco abafado pela forma de viver que escolhemos, esgotando as energias, e os recursos naturais em nome de um cotidiano absolutamente insustentável.

Do jeito que as coisas estão, em pleno 2012, a palavra da vez não é sustentabilidade e sim, PERMANÊNCIA.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Terra querida Jundiaí, estão querendo ocupar a nossa Serra do Japi.


Jundiaí é uma cidade elevada à categoria de APA (Área de Proteção Ambiental) com cerca de 430 km² de território, dividido em três regiões distintas, sendo: uma zona de conservação da vida silvestre, composta pelo território de gestão da Serra do Japi; uma zona urbana; e uma zona de conservação dos recursos hídricos, por onde corre o rio Jundiaí-Mirim, principal rio que abastece a cidade e também abriga a zona rural produtora da cidade.

Economicamente, Jundiaí é hoje a 5ª economia do estado, com arrecadação de 1 bilhão e 300 milhões por ano. Além disso, tem uma renda per capita mensal de 3.000 mil reais, com atividade industrial diversificada e bons níveis de emprego no setor comercial e de serviços.

Desta forma, temos uma cidade desenvolvida, com alta arrecadação aos cofres públicos e que proporciona várias alternativas financeiras a sua população. Ainda, temos um patrimônio natural, chamado Serra do Japi, hoje com índices de preservação geral que apontam pra 65% de preservação. Em seu território, permanece uma reserva biológica, unidade de conservação de preservação máxima, e que é reconhecidamente um berço genético de grande diversidade biológica.

Hoje uma boa lei municipal (417/04) ajuda a proteger e aumentar os índices de preservação do território. Além disso, estudos comprovam que se alcançarmos 80% de preservação em todo território, teremos a preservação COMPLETA das espécies dentro da reserva biológica. Para isso, basta pequenos ajustes na lei. Porém não é essa a intenção da Prefeitura local e sua administração.

Em dezembro do ano passado, a sociedade e conselhos ambientais apresentaram um texto de lei mais restritivo, que visava alcançar os índices acima citados. Esta proposta foi rejeitada pela atual administração, sem explicação alguma.

Passados cinco meses, dez consultas públicas e um seminário, a administração apresentou o seu projeto para a Serra do Japi. Um projeto de ocupação do território, que incentiva o turismo e a implantação de condomínios, possibilitando usos e aumentando os índices de aproveitamento.

Se alguém tinha alguma dúvida, a palavra sustentável está sendo usada para justificar empreendimentos que vão fazer do Japi um resort para abonados, com hotéis e condomínios de alto padrão, num lugar onde poderia ser um exemplo de floresta preservada em região urbana. A sustentabilidade do Japi está na preservação, não na sua ocupação.

Uma política pública equivocada, para aqueles que querem a preservação do nosso Castelo das Águas, mas que vai render muitos dividendos aos poucos proprietários gananciosos que permeiam a administração dessa cidade.

Filhos amantes da terra querida é hora de dizer não a mais essa especulação. Chega! O Japi é nosso. Não queremos este projeto insustentável! Queremos a preservação de 80% em todo território, sem condomínios e loteamentos!

sábado, 12 de maio de 2012

CHEGA DE ENROLAÇÃO, AGORA É PRETO NO BRANCO!


E acabou o tal “seminário”. O que vimos, ouvimos e compreendemos?


Que a Serra do Japi pode ser trabalhada como marca, que a preservação de áreas como RPPN( Reserva Particular do Patrimônio Natural) pode servir para agregar valor a condomínios, que cercar áreas de preservação com atividades econômicas é um meio de evitar a invasão e ocupação irregular, que o turismo é uma alternativa econômica de sustentabilidade para o território, e que os empreendimentos na serra devem seguir padrões de desenvolvimento sustentável, com práticas de construção mais apropriadas para o território. Ou seja, quase nada se falou realmente da Serra do Japi, mas o que se pretende fazer ali.

Ah! Dois palestrantes deram precioso testemunho do que é “o castelo das águas”, paradoxalmente pudemos ouvir que a vocação do Japi é preservação e educação ambiental, que a geologia da serra é um testemunho ecológico, que há mais de 200 pesquisas realizadas no território, um verdadeiro santuário com grande quantidade de exemplares da fauna e flora, que a biodiversidade da Serra, além de abundante é única e que indicadores mostram que a interferência do homem no local deve ser mínima e organizada, e que para termos uma Reserva Biológica com 100% de preservação, além de criarmos corredores ecológicos, ligando a Serra do Japi a Cantareira e Mantiqueira, precisamos melhorar a preservação do entorno.

Por fim, concluímos que a Serra do Japi é um território de grande complexidade física e biológica, que conciliar os diferentes interesses no território é o grande desafio a ser enfrentado, ainda, que o maior problema não é a alteração da lei, mas a falta de gestão adequada e efetiva e que algumas medidas têm que ser tomadas com urgência para evitar que ocorra o indesejável para o território de gestão da Serra do Japi em sua porção Jundiaí.

Uau!! Pra mim nenhuma novidade, enquanto a administração Miguel Haddad busca justificativas para empreender no local, o bom senso, a ciência e a população apontam para a intensificação da proteção.

Uma coisa ao menos ficou clara, a verdadeira intenção da prefeitura quando rompeu com o processo de revisão da 417/04, era ganhar tempo na esperança de que venceria pelo cansaço aqueles que desejam uma lei mais restritiva para garantir melhor a preservação da Serra do Japi, porém o que se viu foi o fortalecimento do sentimento preservacionista e depois de tudo, ninguém vai engolir a flexibilização da lei, aumentando os usos e índices de aproveitamento e ocupação.

Chega de enrolação, agora é preto no branco, 80% de preservação em todo território e não a condomínios e loteamentos já!!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Prefeitura descumpre promessa e deixa ambientalistas de fora do Seminário


No dia 09 de Fevereiro, há exatos 75 dias, o Secretário de Planejamento de Meio Ambiente de Jundiaí, senhor Jaderson Spina, prometia publicamente, em auditório da Prefeitura, que os ambientalistas e cidadãos interessados teriam vaga na comissão que construiria o Seminário sobre a Serra do Japi. Após manifestação de membros do COATI (entidade que se destaca na defesa do meio ambiente em Jundiaí), registrou ainda que a entidade seria convidada e poderia expor seus trabalhos em painel no seminário.

São 75 dias de tentativa de diálogo e de cobrança pública por esta promessa. Hoje, sai notícia e a programação do dito Seminário. Nestes mais de dois meses, parece que aquela promessa ficou esquecida. O COATI e outras entidades, vistas pela Prefeitura como "oposicionistas" não foram ouvidas para elaboração do seminário, nem convidadas a expor seus trabalhos.

Que uma entidade tenha seu ponto de vista e mesmo sua preferência ideológica é compreensível, mas que um governo democrático impeça sua manifestação e construa um seminário de forma a dar espaço apenas aos que considera seus "amigos" é, no mínimo, prova de que os quase trinta anos de governo ainda não ensinaram alguns políticos a construir decisões democráticas.

Governa-se com os olhos na eleição e planeja-se buscando votos. Aos que se chocam e criticam, resta o rótulo de "oposicionistas" como se eles não tivessem o direito de ter sua própria posição. Ao governo, que deveria ter o dever de agir com lisura, pluralismo e democracia, permite-se uma postura absolutamente partidária.


Sobre isso, veja o histórico:

Prefeitura propõe Seminário em Abril, ambientalistas pedem debate permanente:http://www.causes.com/causes/651153-reforcar-a-protecao-da-serra-do-japi/actions/1595462
Prefeitura adia Seminário para Junho, aposta no marketing e politiza a Serra:http://www.causes.com/causes/651153-reforcar-a-protecao-da-serra-do-japi/actions/1597685

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O prefeito e os limites do poder...



















O prefeito de Jundiaí está a tanto tempo na função que parece ter esquecido os limites de seu poder. Vou explicar melhor.
O art. 23 da constituição federal diz que é competência concorrente, da união, dos estados e dos municípios, proteger o meio ambiente, e combater a poluição em qualquer de suas formas e ainda, preservar as florestas, a fauna e a flora.
Para que isso ocorra é necessário que o município, no uso de sua competência, estabeleça leis municipais que vão regrar seu território, detalhe, a lei municipal não pode ser menos restritiva que a estadual e federal.
Ao estabelecer normas, como é o caso da lei 417/04, transformando uma política pública em lei, a administração está dizendo que todos têm que agir de acordo com aquela norma, inclusive o secretário, o vereador e o prefeito.
O sistema jurídico se encaixa e apenas uma norma revogadora, pode tirar o poder de uma lei vigente, ou seja, não basta alguém dizer algo para que isso se torne a verdade absoluta, seja o secretário, o prefeito, ou o presidente, nenhum deles tem esse poder.
Por isso, vir a público e dizer, mesmo que de pés juntos, que não vai permitir isso ou aquilo, está acima da sua competência. Não é assim que as coisas funcionam, senão teríamos de volta a figura do Ditador, do Tirano, ou do Absolutismo. A maneira correta e democrática de fazer isso é sancionando uma nova lei. Caso contrário mandados de segurança contra abuso de poder obrigam o administrador a praticar o ato.
Mas não qualquer lei, por exemplo, não existe essa figura  do congelamento no ordenamento jurídico. Isso é uma impropriedade. Se existe uma lei regulamentando o território, somente outra lei que venha revogá-la e dar novas diretrizes é que pode alterar as regras de licenciamento, deixando claro que licenciamento é ato vinculado (independe da vontade executor) assim, não cabe discricionariedade (a vontade do executor, guardados os limites da lei).
Portanto, nem a simples vontade do prefeito e tão pouco o ato de  congelar são juridicamente válidos. Essa coisa de “congela” funcionava para a Tereza Cristina, nas ficções globais, ou nas brincadeiras de criança que a Xuxa fazia.
Reafirmo, o projeto de lei 936 é inconstitucional.
Senão vejamos, ele fere o direito de propriedade, assegurado no art. 5, XXII, fere ainda o art. 182, parágrafos primeiro e 2º que tratam da função social da propriedade e da livre iniciativa.
Não bastasse, o projeto é ilegal, pois assim diz o Código Civil, art. 1299 – “O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.
Destaco aqui, a formalidade dos atos, que em nosso ordenamento, devem ser escritos e aprovados pelo legislativo, no caso de lei, ou decretados para atos do executivo. Assim, não basta a simples vontade do prefeito, pois essa, na ceara do licenciamento, não gera efeitos legais e pode ser contestada por inconstitucionalidade e ilegalidade, e assim sendo, não garantem nada.
Ainda, mesmo que se torne lei, uma lei eivada de inconstitucionalidade e ilegalidade não gera efeitos, o que garante o território de Gestão do Japi, é a lei 417/04, e que deve ser revisada, pois está defasada e pede uma releitura mais restritiva para evitar o indesejável.
Por fim, venha de quem vier, é uma imbecilidade continuar desqualificando o debate alegando que a serra não pode se tornar palanque da oposição, pois a situação já faz da serra um palanque há muito tempo e o pior é que o faz apenas com medidas de puro marketing, sem efetivar nada que realmente mostre um novo caminho para a preservação do território do Japi.
De tudo, afirmo que a lei 417/04 é muito boa, precisando apenas de alguns ajustes, nada muito grandioso, dentre os quais eu destaco como principais, um artigo proibindo loteamentos e condomínios em todo território, e outro aumentando a área de preservação na zona de amortecimento de 50 para 80% para empreendimentos permitidos, que sejam diferentes do uso unifamiliar e o Agrosilvopastoril.

terça-feira, 3 de abril de 2012

A ciência da liberdade

Por Cintia Carvalho


“Os poderosos temem o cidadão que é capaz de discutir, pensar e questionar”, a afirmação de Milton Jung na noite de ontem, não é novidade para alguns jundiaienses que estão acostumados a “levar paulada” por falar demais. E é disso que o povo tem medo, de uma repreensão mais forte do que seus direitos.

Faltando seis meses para as eleições municipais, não é difícil prever qual será a pauta mais discutida pelos políticos da Terra da Uva. Além dos assuntos básicos como saúde, cultura e educação, os políticos têm se mostrado grande interesse em ouvir os pedidos do povo que luta em defesa da Serra do Japi.

Na noite de ontem (02/04), chegamos a 3º Consulta Pública organizada pela Prefeitura Municipal de Jundiaí. O intuito é fazer com que a população contribua para a melhoria da gestão, uso e ocupação da Serra do Japi, através do esclarecimento da Lei 417/04 e a consulta a população que vive próxima a Serra.

Agora a bandeira verde será hasteada por todos, as promessas serão muitas, e tudo que não foi feito em 20 anos será resolvido nos próximos meses. Apesar de “cricri”, sou uma pessoa positiva e espero que isso aconteça. Como disse a um colega jornalista na Consulta Pública do último sábado (31/03), no bairro Santa Clara, não concordo que políticos usem o tema como muletas, para crescerem e aparecerem, sendo que muitos deles não entendem muita coisa a respeito.

Acho saudável a discussão, afinal, é de interesse de todo jundiaiense que seu maior bem natural seja preservado. Mas há duas coisas totalmente diferentes que vão entrar em cena nesse período, e será preciso que todos fiquem alertas, elas são a boa e velha política, e a sua irmã má, a politicagem (sendo a última uma espécie de doença maldita na sociedade). Então cuidado quando um médico se transforma no maior entendedor de segurança publica, o delegado um “expert” em economia, ou um empresário, o ambientalista do ano. Se a causa da sua vida é o Meio Ambiente, perca uns minutinhos tentando descobrir quem realmente apresenta propostas coerentes e entende do tema. Faça o mesmo com cultura, saúde ou segurança, e chegue a suas próprias conclusões.

Fico feliz que a população seja consultada, e aguardo ansiosamente para ver qual será o resultado, na esperança de que tais contribuições não sejam engavetadas e guardadas como registro histórico de um povo que tentou proteger o que é seu, dos seus filhos, netos e das futuras gerações.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Apreciar o verde e respirar a honestidade

Por Bor Zanon

...Toda consulta pública que participo (desde agosto de 2011) é assim: espaço introdutório para os secretários da Prefeitura explicarem do que se trata o assunto, e algum tempo para os cidadãos fazerem perguntas e contribuírem com sugestões.

Nos casos em que estive presente eram debates sobre a Lei Complementar 417/2004 do Plano Diretor, em que o principal tema é a Serra do Japi. Desta forma, todas as consultas que participei seguiram rigorosamente este modelo. Porém, algumas coisas mudaram na reunião do dia 29 de março de 2012. 

A primeira delas foi a presença de um apresentador. Um senhor de blazer, gravata preta e camisa amarelo mostarda. Um homem que, sem dúvida, entende mais de fazer piadas do que educação ambiental. A este senhor ficou incumbida à missão de – como ele mesmo disse – ser o chato da audiência, ou seja, a missão de estipular e expor algumas regras criadas. Entre elas, uma regrinha básica de proibir as críticas construtivas. O apresentador dizia e repetia “Não se pode fazer denúncias”. Traduzindo: não se fala do que a gestão atual deixa de fazer. 

Outro senhor, mais importante do que o apresentador, de camisa social e gravata, explicou quais atividades são proibidas na Serra do Japi, como extração carvão, mineração, criação de loteamos e indústrias, entre outras. Este mesmo senhor esqueceu-se de afirmar que precisamos proibir a malandragem que rodeia a Serra do Japi. 

De acordo com ele, a Prefeitura está preparando um seminário para nortear melhor os usos e as limitações da Serra. E mais, afirmou que as secretarias estão se empenhando para antecipar este seminário de junho para maio. Legal, né? 

Seria ponto positivo para os engravatados? Não, pois o homem importante ficou tão entretido em ressaltar que estão fazendo este favor aos jundiaienses, que “esqueceu” de mencionar que o seminário já foi adiado duas vezes, sendo que a primeira data para apresentação estava prevista para abril de 2012... Leve deslize, creio eu.

Mas vamos ao que interessa. O verdadeiro destaque da audiência: a participação efetiva dos cidadãos. 
O primeiro a falar foi um homem moreno, que explorou alguns defeitos para questionar o que a administração planeja para consertar alguns equívocos. A segunda a falar foi uma moça de cabelo preto e voz suave, que teve ideias grandiosas e pertinentes, como a estimulação do turismo sustentável e outros serviços ambientais. O terceiro foi um homem de cabelo enrolado, integrante de um movimento ambiental, que defendeu com propriedade a preservação de 80% de todo o território da Serra, e a proibição de condomínios e loteamentos na Serra.

Depois disso, mais contribuições vieram, como a criação de uma escola ambiental e a otimização dos usos da Serra com relação às atividades agrossilvopastoril. O rapaz foi até aplaudido pelas sugestões. 

Para finalizar a consulta, o público teve espaço para fazer perguntas e sanar dúvidas. A maioria das respostas ficou como promessa de uma gestão melhor, ou seja, algo para um futuro indeterminado. A única resposta realmente importante foi um pedido de desculpas ao grupo de monitores que prestava serviço na Serra do Japi. O motivo da retratação foi porque baniram os monitores de seus serviços sem qualquer aviso prévio. 

Se ainda tem dúvida de que os jundiaienses estão se mobilizando, vá a uma destas consultas públicas. Veja o quanto é importante para a cidade a sua participação. Assim, você poderá se juntar aos outros cidadãos participativos, que além de querer apreciar o verde, estão interessados em respirar a honestidade.

quarta-feira, 28 de março de 2012

O Despertador, A Democracia Participativa e as Pressões Populares.



Era tão fácil governar, ninguém participava das audiências públicas, os conselhos eram totalmente cooptados, a imprensa veiculava notícias veladas e o povo dormia em berço esplêndido. Enquanto isso, na moita, os governos faziam o que bem entendiam e sobrava tempo e dinheiro. As audiências, obrigatórias por lei, aconteciam quase sem divulgação e nenhuma participação popular.

Mas de uns tempos para cá, começaram a surgir questionadores, a sociedade civil organizada começou a incentivar a participação dos cidadãos e a imprensa deu voz a alguns desconhecidos e as redes sociais - livres e independentes - passaram a divulgar a importância do envolvimento e da participação.

Então, como se um despertador começasse a tocar incessantemente, as pessoas começaram a participar,  audiências começaram a ficar lotadas. Pessoas se interessando pelas decisões que as afetavam. Alguns conselhos passaram a ter pessoas com opiniões diferentes e fundamentadas e as coisas passaram a ficar mais difíceis para uma administração que sempre foi acostumada a tomar as decisões em salas fechadas sem ouvir o povo.

Sob grande pressão, não houve aumento abusivo para os governantes e parlamentares, sob grande pressão ainda não houve flexibilização da lei que protege a Serra, e devido a mesma pressão, eles estão tendo que debater o Plano Diretor da cidade com consultas públicas, várias audiências públicas e muitas explicações, mesmo que muitas vezes essas não convençam.

É por isso que, mais do que nunca é hora de acreditar na democracia participativa. É a participação das pessoas comuns, dos cidadãos, que pautam as ações dos governos. Essa aproximação das pessoas junto às decisões polêmicas que as afetam diretamente está mostrando que é possível um governo do povo pelo povo, desde que esse povo não acredite que basta apenas votar, mas assuma a responsabilidade de participar.

terça-feira, 20 de março de 2012

Um brinde ao outono!



Outono é a estação do ano que sucede ao Verão e antecede o Inverno, caracterizando-se pelo amarelar das folhas das árvores. No Hemisfério sul, vai de 22 de março a 20 de junho.

Pra mim o outono também é tempo de introspecção, é como se fosse fechar para balanço, e reprogramar para mais um ciclo. Dias quentes de muito trabalho e noites frias para o descanso, é a retomada da sobriedade, é a reordenação da alma.

Gosto do outono porque me sinto amadurecendo nessa estação, é a sensibilidade mais aflorada, é o coração mais desejoso de carinho e afeto. Penso o outono como a estação mais romântica do ano. Um tempo especial para amar e sentir-se amado.

O inverno é muito frio, o verão muito quente... nem as flores da primavera me comovem tanto quanto a beleza do céu azul e o movimento das nuvens do outono, a suavidade das folhas caindo, tocando o chão e adubando a vida.

Outono, ah... outono! estação da alma, do coração, da contemplação. Que a paz do outono nos invada e cumpra sua obra, nos fazendo melhores e felizes. Um brinde ao outono!

segunda-feira, 19 de março de 2012

A passagem de um imortal

Referência em assuntos relacionados ao meio ambiente morreu nesta sexta-feira, 16/03/12, de enfarte o pesquisador Aziz Nacib Ab'Saber, 87 anos, um dos maiores especialistas brasileiros em geografia física e referência em assuntos relacionados ao meio ambiente e impactos ambientais decorrentes das atividades humanas.

Controvertido e muito lúcido, como normalmente são as mentes brilhantes que deixaram seu legado para as presentes e futuras gerações, Aziz não parou um instante de sua passagem por essa existência de realizar aquilo que acreditava, e quando seu coração não mais resistiu, partiu deixando vasta obra que o imortaliza. 

Por isso, hoje não estou de luto, nem triste, porque compreendo a morte do corpo, e hoje, ainda mais, sinto-me responsável por manter vivo os ideais desse que não teve medo de defender aquilo que acreditava, e que estudou a vida inteira,  fundamentando e dando subsídios para que os defensores da boa qualidade de vida no planeta possam continuar sua luta.

Aziz é imortal e certamente vai influenciar gerações, com sua luta, sua obra, seus exemplos e suas convicções. Deixo aqui meu agradecimento especial, e reforço meu compromisso com as causas ambientais, obrigado Mestre.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Protetores da Serra NÃO querem o CONGELAMENTO, querem a REVISÃO DA LEI 417!!



Meu ambiente é Jundiaí. Graças a Deus e ao diabo, estou nesta terra maravilhosa que não é o Rio de Janeiro. Jundiaí, cidade maravilhosa e bairrista, também é a terra da uva. Jundiaí é a cidade de tucanos e jegues. Jundiaí é a terra da Serra do Japi, serra que amo por ser verde e amo mais ainda por ser minha.

Peço desculpas, mas este amor me permite ser ignorante – não confundir com arrogante. Sou ignorante quando se trata da minha terra, nossa Serra do Japi.  E foi isso que fiz no dia seis de março de 2012, fui ser ignorante na audiência pública referente ao “congelamento” de empreendimentos e afins por cinco anos na minha terra.

Ignorante que fui, limitei-me apenas a ouvir. Modéstia a parte, fiz isso muito bem. Diversos especialistas falaram desse tal congelamento, cidadãos, entidades e jegues de modo geral.

Gostei da pergunta de um jovem: “Por que cinco anos, Sr. Secretário?” Na réplica, uma simples explicação. “Por que precisamos discutir a legislação com mais calma”. Entre os ouvintes, surgiram alguns murmurinhos “Foi isso mesmo que o carinha de terno falou?”.

Ora, secretário! Há mais de cinco meses ouço as asneiras dos engravatados e a louvável mobilização dos frenteiros, ambientalistas e verdinhos de todo tipo. Há mais de cinco meses, sou ouvinte assíduo e um ser mobilizado com a NOSSA Serra. Posso afirmar com toda certeza, foram cinco meses ouvindo e concordando com especialistas do meio ambiente, que apresentaram-lhe projetos EMBASADOS para a revisão da Lei 417. Por isso, não me venha falar para ter calma.

Foram mais de cinco meses que os especialistas e os mobilizados tiveram para criar texto redondo e coerente para preservar a Serra.

O resultado foi trágico e pífio. Tive que engolir o sapo de ser apenas ouvinte mais uma vez. E mais uma asneira ouvi. “A revisão da Lei 417 será adiada para que possamos criar um seminário para discutir mais o tema”

Alguns meses deste anúncio e cadê o seminário? Quer que os ouvintes criem isso também? Acho que não é justo.

Mas hoje resolvi parar de ser apenas ouvinte. Hoje fui olheiro, fui observador. E pude observar que havia jovens, adultos e velhos preocupados com o futuro do nosso amor. Observei também a babaquice de um ser que julgou mais importante atacar a faixa do próprio partido do que discutir a preservação da Serra.  

Mas, não me preocupei muito com o fato. Continuei a observar e a ouvir. Observador que fui, pude concluir que não sou a favor do congelamento. Ouviu Sr. Secretário? Minha ignorância não permitirá ouvir nenhum argumento que justifique esta causa. A razão é simples: Aqui em casa, tudo o que coloco para congelar é porque tenho o INTERESSE de utilizar depois. Não quero o congelamento da Serra, quero a mobilização e revisão da lei 417.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dois pesos, duas medidas. A ambiguidade da administração na elaboração de políticas públicas.

Dois pesos e duas medidas é um reclame por uma atitude injusta considerando que os dois pesos e as duas medidas são apenas uma enganação, haja vista que as quantidades e as medidas são iguais, mas não equilibram a balança do bom senso.

Quando começou a revisão do Plano Diretor, em meados de março de 2010, a primeira lei que sofreu ampla reforma, foi a 416/04, que regula o uso e ocupação do solo, e estabelece um microzoneamento no município. Naqueles dias, por várias vezes dissemos que a lei deveria ser debatida num processo melhor, com consultas prévias, audiência públicas que respeitassem os ritos e que privilegiassem a participação, ainda, que não era bom fazer uma mudança de plano diretor tão complexa em três meses, como estava sendo  feito.

Porém, naquele momento havia uma grande preocupação com a reserva de mercado imobiliário e fizeram as mudanças na lei “a toque de caixa” sem debate aprofundado.

O processo foi tão ruim, que essa mesma lei já sofreu três alterações em menos de um ano, com ajustes e  mudanças significativas, e está prestes a mudar novamente, consolidando uma situação preocupante no município, que não terá mais empreendimentos tangíveis pelos planos de financiamento de casa própria nas faixas salariais de 3 a 6 salários porque os imóveis na cidade ultrapassarão os valores para a obtenção do crédito.

Já na 417/04, que regulamenta o território de gestão da Serra do Japi, a pedido do secretário de planejamento e meio ambiente, por quatro meses houve esforço concentrado na revisão da lei com reuniões semanais, de 3 horas, com pessoas de alto gabarito técnico e conhecimento no assunto, até chegar a um consenso e elaborar um texto de lei debatido com representantes da sociedade, proprietários, conselhos e membros da administração.

Esse projeto de lei aponta para uma política pública mais restritiva, para inibir o indesejável no território, aumentando o índice de preservação na zona de conservação de 50 para 80% para empreendimentos diferentes do agrosilvopastoril e residência unifamiliar, e proibindo loteamentos e condomínios em todo território.

Na hora da administração apresentar o projeto de lei encaminhando para audiências públicas, numa mudança repentina de atitude, paralisou o processo e passou a dizer que fariam um simpósio para debater o tema.

Assim, em manobra evasiva, preferiu prolongar o debate, e deixar a revisão da lei para o ano que vem, depois das eleições... fato, que causou indignação nos preservacionistas e despertou o interesse da impressa que passou a acompanhar o processo e publicar situações duvidosas e constrangedoras para a administração.

Percebendo a situação adversa e provável prejuízo eleitoral, afinal estamos em ano de eleição municipal, saiu com essa história de congelamento de empreendimentos, o que sabidamente é eivado de inconstitucionalidade, sendo  medida extremamente política, e juridicamente muito questionável.

Lembrando que, recentemente, a própria administração vetou alegando inconstitucionalidade, lei aprovada no legislativo que congelava novos empreendimentos imobiliários na cidade por 6 meses, até que se finalizasse o plano diretor e a lei que estabelece o estudo de impacto de vizinhança.

Assim, a ambiguidade tem sido a marca nas ações da administração, que tem dois pesos e duas medidas pra situações semelhantes, e pretende enrolar os jundiaienses com medidas de caráter duvidoso e muito questionável,

Muito mais eficaz, seria finalizar o processo de revisão da lei 417/04,  atendendo os anseios da população de ver o patrimônio natural coletivo que é a Serra do Japi melhor protegido dos interesses indesejáveis de alguns.

Queremos 80% de preservação em todo território já, e não queremos loteamentos e condomínios na nossa Serra do Japi.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O FMS, a economia verde e as ações locais.


Acabou mais uma edição do Fórum Social Mundial, que ocorreu em Porto Alegre de 23 a 28 de janeiro. Frequentador do evento em anos anteriores, esse ano não pude ir, porém tenho acompanhado os principais debates a distância.

O FSM ocorre simultâneo a Davos (Suiça) e faz o debate que não ocorre lá, focando em um outro mundo é possível.


Dentre os eixos, ocorreu o Fórum Social Temático, com perspectiva de implementar o debate preparando para a Rio + 20 que ocorre em Junho.

A principal crítica levantada durante os debates do FST foi, justamente, em relação ao conceito de economia verde, tema central da conferência. As organizações argumentam que o modelo vai apenas repetir a lógica do capitalismo, com a “mercantilização da natureza” e a manutenção das desigualdades.

O capitalismo tem suas crises cíclicas, demonstra seus limites e busca alternativas. Esse é o momento em que o capitalismo em crise está buscando alternativas na economia verde, alternativas para se reciclar.

Os debates aqui colocados têm trabalhado com o conceito de economia verde, o conceito de emprego verde trazido pelo capitalismo, que nada mais é do que a reciclagem do próprio capitalismo, que não tem compromisso com a sustentabilidade, não tem compromisso com o meio ambiente e trabalha na lógica, portanto, de uma economia verde reciclando e reoxigenando o próprio capitalismo.

Nós precisamos trabalhar com outro conceito de economia verde, com outro conceito de emprego verde, estabelecer muito fortemente a mudança de um sistema de desenvolvimento hoje econômico com um sistema de desenvolvimento social, sustentável, com respeito ao meio ambiente e com justiça social e distribuição de renda.

Pensar economia verde apenas como marketing ambiental, é não mudar os padrões apenas enfeitá-los, ilusório, é um faz de conta que estamos preocupados e fazendo alguma coisa, mas que efetivamente não muda quase nada.

Recentemente um evento local realizado pela administração pública de Jundiaí lançou bases para estabelecer princípios da Economia Verde no local. Esperamos que o debate possibilite o surgimento de novos padrões e aplicação de princípios econômicos que visem o desenvolvimento social, o respeito ao meio ambiente com justiça social e a distribuição de renda.

Um mundo melhor é possível e começa aqui. Ações locais são as molas propulsoras para melhorar a qualidade de vida. Participem, essas mudanças dependem muito do esforço de cada um para um coletivo melhor.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O trator e a mordaça

Estamos vivendo um momento de grande importância nas questões ambientais por todo o mundo, e como não poderia ser diferente em nossa cidade, Jundiaí. Por todo lado vemos debates, seminários, eventos que tentam formular e apresentar soluções para minimizar os impactos causados no ambiente que vivemos. Teorias, estudos, experiências, porém de fato, de concreto, de ação positiva... muito pouco.

Chega de blá, blá, blá. Passou da hora de agir, de demonstrar com clareza e firmeza que estamos fazendo algo buscando a melhoria do nosso ambiente, sem subterfúgios, sem ficar buscando desculpas ou motivações que impeçam de fazer a coisa certa.

Por aqui, mais uma vez vemos a ganância ameaçar um patrimônio natural com índices de preservação satisfatório. Quando toda a sociedade quer a preservação do território da Serra do Japi, debate e compactua uma lei mais restritiva, que visa essa preservação e que deixa claro uma política pública para esse território, a ação da administração é contrária a esse interesse e com a desculpa de querer ouvir “os proprietários”, são apenas 2, recua e fica fazendo fumaça com essa história de seminário.

Hotéis, condomínios de luxo e loteamentos de alto padrão. Esse é o destino que nossa administração quer para o nosso patrimônio natural. Tratorado por interesses particulares de alguns, que inclusive fazem parte dessa administração, o interesse coletivo é subjugado de forma vil. Pior, querem amordaçar a sociedade civil que se organiza para mais um enfrentamento dessa injustiça. É o autoritarismo despótico velado dessa administração, que privilegia os interesses particulares de poucos em detrimento ao interesse coletivo de uma cidade, de uma região, do mundo.

Amordaçar é o ato de usar algo para impedir alguém de gritar ou falar, a mordaça é usada na boca e pode sugerir também um ato de dominação para quem coloca a mordaça e de submissão a quem é amordaçado. 

Esse trator da administração, que não respeita a vontade coletiva e arrasta, de forma autoritária, os entendimentos que impõe a sociedade, agora quer calar e submeter aqueles que gritam e atrapalham os desejos dos gananciosos que não respeitam nada e só pensam em engordar suas já recheadas contas. 
É hora do levante, ou nos unimos e mostramos força contra esse trator, ou veremos nosso patrimônio natural ser espoliado mais uma vez, e aquilo que é de todos ser alocado ao patrimônio de alguns.

Sem trégua, queremos mais Serra do Japi, 80% de preservação já.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Pinheirinho, Cracolândia e USP. A força coercitiva da lei nas mãos de Leviatã

O Leviatã é uma criatura mitológica, que normalmente gera o caos em grandes proporções, bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Moderna.

Para Thomas Hobbes, cientísta político e jusnaturalista do século 16, Leviatã é também a figura do Estado que concentraria todo o poder em torno de si, ordenando todas as decisões da sociedade. Para ele, é a emergência de um contrato social entre os indivíduos, que devido a ameaça da coerção, realizarão os comportamentos indispensáveis à manutenção da ordem coletiva. Para que isso fosse possível, o monopólio do uso da força legítima deveria se concentrar nas mãos de uma só pessoa, que ele denominou como Leviatã ou Estado.

A questão que se impõe no momento é: tem mesmo o Estado atual que continuar agindo como um monstro concentrando o poder coercitivo e ordenando todas as decisões da sociedade? Desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, a humanidade tem um documento oficial para a evolução dos povos. Quando um governo recepciona esse documento como lei vigente, se obriga a cumprir seu princípios, porém, não basta, é necessário permear a sociedade desse sentimento, e isso é muito difícil quando o controle institucional do Estado é fraco.

Então, para mostrar força, o ‘Estado Monstro’ precisa de medidas extremas, e é isso que estamos assistindo. Um Poder Institucional fraco, corrupto, desacreditado, levando as pessoas ao confronto e ao uso de força extrema. É o Leviatã se impondo pela força, porém sem moral, sem ética, sem respeito.

No caso da USP, a força desmedida é usada contra jovens que estão em momento de ebulição ideológica, com toda a impetuosidade e imaturidade características da juventude. Já na Cracolândia, um problema crônico, uma doença social que necessita de política pública séria na área de segurança como forma preventiva e na área de saúde como ação remediadora, sendo tratado com truculência e movido por interesses particulares. Os mesmos que removeram milhares de pessoas do Pinheirinho, mais uma vez em ação pautada pela força e brutalidade, todos realizados pelo instrumento de coação do Estado, a polícia.

Isso é medieval. Em pleno século 21, queremos governos éticos, morais, que eduquem seus povos e que se imponham pela confiança, pela competência e por ações evolutivas. Chega de truculência e de força pra resolver problemas sociais. Precisamos muito mais que um Leviatã de mão grande e pesada a nos governar.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Cade a pressa secretário?

Em agosto de 2011, o senhor secretário de planejamento e meio ambiente de Jundiaí reuniu os presidentes dos conselhos da cidade e informou que o município faria a reforma do plano diretor, em o foco estariam as leis 415/04 que trata do planejamento macro da cidade e a 417/04 que regula o território de gestão da Serra do Japi.

Naquele momento, alertou que esse procedimento deveria estar pronto até o final do ano e recomendou aos conselhos que se antecipassem para participar do processo, pois o tempo era curto.

Afim de poder contribuir efetivamente, formou-se uma câmara técnica com membros do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA, e do Conselho de Gestão do Território da Serra do Japi, assim, ali estavam representantes da sociedade, dos proprietários da serra, da associação de moradores da Santa Clara e região, da administração, ambientalistas, empreendedores, empresários e pessoas com interesses na questão.

Após 4 meses de reuniões semanais, que ocorriam todas as segundas feiras, das 16h às 19h, quando essas pessoas doavam seu tempo afim de produzir um bom documento, esse ficou pronto e o resultado foi muito bom, tanto que foi aprovado pelo COMDEMA e pelo conselho da Serra, e enfim encaminhado a administração.

Porém, o texto não agradou alguns. De fato, a idéia da administração era de flexibilizar a lei, porém o desejo da sociedade foi de fazer a lei ficar mais restrita e não permitir os empreendimentos que alguns proprietários desejam realizar no território da Serra do Japi.

Por sua vez, a administração que poderia enfrentar esses proprietários respaldada pelo interesse da sociedade, estranhamente recuou, e perdeu a pressa para efetuar a revisão da Lei 417/04.

Ontem o secretário anunciou o cancelamento da Audiência Pública que trataria do tema. E alegou como motivo que precisava ouvir melhor os proprietários. Pior, falou que os presidentes do Conselho da Serra do Japi, do COMDEMA e da Comissão do Plano Diretor estavam de acordo. Ora, uma pergunta, se não houve reunião desses conselhos como os presidentes concordaram?  E se concordaram o fizeram sem anuência dos conselheiros... o que também não está correto.

Medo ou comprometimento? Parece claro que se há algum comprometimento não é com os interesses da sociedade, e sim de alguns particulares. Também fica claro o medo de enfrentar a sociedade que está organizada e mobilizada para participar e exigir a preservação do seu patrimônio natural.

E toda aquela pressa? Cadê a pressa secretário?...