sábado, 12 de maio de 2012

CHEGA DE ENROLAÇÃO, AGORA É PRETO NO BRANCO!


E acabou o tal “seminário”. O que vimos, ouvimos e compreendemos?


Que a Serra do Japi pode ser trabalhada como marca, que a preservação de áreas como RPPN( Reserva Particular do Patrimônio Natural) pode servir para agregar valor a condomínios, que cercar áreas de preservação com atividades econômicas é um meio de evitar a invasão e ocupação irregular, que o turismo é uma alternativa econômica de sustentabilidade para o território, e que os empreendimentos na serra devem seguir padrões de desenvolvimento sustentável, com práticas de construção mais apropriadas para o território. Ou seja, quase nada se falou realmente da Serra do Japi, mas o que se pretende fazer ali.

Ah! Dois palestrantes deram precioso testemunho do que é “o castelo das águas”, paradoxalmente pudemos ouvir que a vocação do Japi é preservação e educação ambiental, que a geologia da serra é um testemunho ecológico, que há mais de 200 pesquisas realizadas no território, um verdadeiro santuário com grande quantidade de exemplares da fauna e flora, que a biodiversidade da Serra, além de abundante é única e que indicadores mostram que a interferência do homem no local deve ser mínima e organizada, e que para termos uma Reserva Biológica com 100% de preservação, além de criarmos corredores ecológicos, ligando a Serra do Japi a Cantareira e Mantiqueira, precisamos melhorar a preservação do entorno.

Por fim, concluímos que a Serra do Japi é um território de grande complexidade física e biológica, que conciliar os diferentes interesses no território é o grande desafio a ser enfrentado, ainda, que o maior problema não é a alteração da lei, mas a falta de gestão adequada e efetiva e que algumas medidas têm que ser tomadas com urgência para evitar que ocorra o indesejável para o território de gestão da Serra do Japi em sua porção Jundiaí.

Uau!! Pra mim nenhuma novidade, enquanto a administração Miguel Haddad busca justificativas para empreender no local, o bom senso, a ciência e a população apontam para a intensificação da proteção.

Uma coisa ao menos ficou clara, a verdadeira intenção da prefeitura quando rompeu com o processo de revisão da 417/04, era ganhar tempo na esperança de que venceria pelo cansaço aqueles que desejam uma lei mais restritiva para garantir melhor a preservação da Serra do Japi, porém o que se viu foi o fortalecimento do sentimento preservacionista e depois de tudo, ninguém vai engolir a flexibilização da lei, aumentando os usos e índices de aproveitamento e ocupação.

Chega de enrolação, agora é preto no branco, 80% de preservação em todo território e não a condomínios e loteamentos já!!

Um comentário:

  1. Acho que o Plano Diretor deveria ter um Artigo estabelecendo que a Serra do Japy é intocável em todo seu território, e os nobres Vereadores deveriam trabalhar para criar uma lei de proteção efetiva desse patrimônio biológico, melhorando as condições de gestão, principalmente mediante criação de uma Guarda Florestal, podendo até ser criada dentro da Municipal, para fiscalização plena do toda a área em nossa cidade!

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