quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O FMS, a economia verde e as ações locais.


Acabou mais uma edição do Fórum Social Mundial, que ocorreu em Porto Alegre de 23 a 28 de janeiro. Frequentador do evento em anos anteriores, esse ano não pude ir, porém tenho acompanhado os principais debates a distância.

O FSM ocorre simultâneo a Davos (Suiça) e faz o debate que não ocorre lá, focando em um outro mundo é possível.


Dentre os eixos, ocorreu o Fórum Social Temático, com perspectiva de implementar o debate preparando para a Rio + 20 que ocorre em Junho.

A principal crítica levantada durante os debates do FST foi, justamente, em relação ao conceito de economia verde, tema central da conferência. As organizações argumentam que o modelo vai apenas repetir a lógica do capitalismo, com a “mercantilização da natureza” e a manutenção das desigualdades.

O capitalismo tem suas crises cíclicas, demonstra seus limites e busca alternativas. Esse é o momento em que o capitalismo em crise está buscando alternativas na economia verde, alternativas para se reciclar.

Os debates aqui colocados têm trabalhado com o conceito de economia verde, o conceito de emprego verde trazido pelo capitalismo, que nada mais é do que a reciclagem do próprio capitalismo, que não tem compromisso com a sustentabilidade, não tem compromisso com o meio ambiente e trabalha na lógica, portanto, de uma economia verde reciclando e reoxigenando o próprio capitalismo.

Nós precisamos trabalhar com outro conceito de economia verde, com outro conceito de emprego verde, estabelecer muito fortemente a mudança de um sistema de desenvolvimento hoje econômico com um sistema de desenvolvimento social, sustentável, com respeito ao meio ambiente e com justiça social e distribuição de renda.

Pensar economia verde apenas como marketing ambiental, é não mudar os padrões apenas enfeitá-los, ilusório, é um faz de conta que estamos preocupados e fazendo alguma coisa, mas que efetivamente não muda quase nada.

Recentemente um evento local realizado pela administração pública de Jundiaí lançou bases para estabelecer princípios da Economia Verde no local. Esperamos que o debate possibilite o surgimento de novos padrões e aplicação de princípios econômicos que visem o desenvolvimento social, o respeito ao meio ambiente com justiça social e a distribuição de renda.

Um mundo melhor é possível e começa aqui. Ações locais são as molas propulsoras para melhorar a qualidade de vida. Participem, essas mudanças dependem muito do esforço de cada um para um coletivo melhor.

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