quarta-feira, 28 de março de 2012

O Despertador, A Democracia Participativa e as Pressões Populares.



Era tão fácil governar, ninguém participava das audiências públicas, os conselhos eram totalmente cooptados, a imprensa veiculava notícias veladas e o povo dormia em berço esplêndido. Enquanto isso, na moita, os governos faziam o que bem entendiam e sobrava tempo e dinheiro. As audiências, obrigatórias por lei, aconteciam quase sem divulgação e nenhuma participação popular.

Mas de uns tempos para cá, começaram a surgir questionadores, a sociedade civil organizada começou a incentivar a participação dos cidadãos e a imprensa deu voz a alguns desconhecidos e as redes sociais - livres e independentes - passaram a divulgar a importância do envolvimento e da participação.

Então, como se um despertador começasse a tocar incessantemente, as pessoas começaram a participar,  audiências começaram a ficar lotadas. Pessoas se interessando pelas decisões que as afetavam. Alguns conselhos passaram a ter pessoas com opiniões diferentes e fundamentadas e as coisas passaram a ficar mais difíceis para uma administração que sempre foi acostumada a tomar as decisões em salas fechadas sem ouvir o povo.

Sob grande pressão, não houve aumento abusivo para os governantes e parlamentares, sob grande pressão ainda não houve flexibilização da lei que protege a Serra, e devido a mesma pressão, eles estão tendo que debater o Plano Diretor da cidade com consultas públicas, várias audiências públicas e muitas explicações, mesmo que muitas vezes essas não convençam.

É por isso que, mais do que nunca é hora de acreditar na democracia participativa. É a participação das pessoas comuns, dos cidadãos, que pautam as ações dos governos. Essa aproximação das pessoas junto às decisões polêmicas que as afetam diretamente está mostrando que é possível um governo do povo pelo povo, desde que esse povo não acredite que basta apenas votar, mas assuma a responsabilidade de participar.

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